Redes de proteção: um método equivocado
O grupo australiano Save Our Sharks, membro da Sociedade de Condrictios da Oceania, fala sobre a técnica de proteção contra tubarões utilizada durante décadas no litoral da Austrália:
Quando os níveis de ataque de tubarão em praias de surf em Sydney eram altos em 1930, implementou-se as redes contra tubarão para reduzir o número de tubarões e ataques. O programa foi um "sucesso espetacular", com grande número de tubarões mortos e sem ataques fatais nessas praias de surf desde a colocação da rede.
No entanto, o programa de proteção teve um custo ambiental significativo, em termos de capturas de espécies não-alvo, ou seja, outros animais marinhos (baleias, tartarugas, golfinhos, etc) e espécies de tubarões não-alvo, incluindo espécies protegidas e ameaçadas de extinção, que são mortas nas redes.
É por isso que a rede de proteção contra tubarão foi listada como um processo chave de ameaça pelo Comitê Científico de Pesca do NWS (New South Wales, um estado no leste da Austrália).
Foram listados 6 equívocos em relação a tais redes:
Equívoco 1
"As redes de tubarões são uma barreira física que impede os tubarões de alcançar as áreas rasas de natação das praias de surf."
Realidade - "As redes de tubarão não agem como uma barreira completa aos tubarões uma vez que eles não estão permanentemente numa faixa d'água, elas não cobrem toda a extensão da praia e não se estendem desde a superfície da água até o fundo do mar. De fato, aproximadamente 40% dos incidentes com tubarões nas praias ocorrem no lado das redes, porque os tubarões são capazes de nadar sobre e em torno das redes."
Equívoco 2
"As redes de tubarões agem como um impedimento para os padrões de migração dos tubarões e eles evitam as redes."
Realidade - Nenhuma pesquisa foi realizada para continuar a testar esta hipótese e a mesma mantém-se infundada. No entanto, tem-se afirmado como fato na mídia mais do que uma vez, nos últimos anos, que "A única razão para as redes é matar tubarões para reduzir as suas populações."
Equívoco 3
"Tubarão bom é tubarão morto e quanto mais tubarões são capturados nas redes, melhor."
Realidade - Os tubarões têm um papel de fundamental importância no ecossistema marinho. Predadores como o tubarão branco e o tubarão-tigre mantem o equilíbrio de ecossistemas como os únicos predadores de focas, leões marinhos, e peixes de grande porte. A extinção de tais predadores afetaria nossas pescarias comerciais, assim como as populações de mamíferos marinhos aumentariam, causando grande desequilíbrio. O grande tubarão branco está agora listado como vulnerável e protegido em todas as águas estaduais australianas.
Equívoco 4
"Se as redes de tubarão forem removidas, os ataques de tubarão irão aumentar rapidamente."
Realidade - Os tubarões têm um potencial reprodutivo muito baixo. Como resultado, a recuperação da redução de suas populações é muito lenta, o que é um dos motivos dos quais os tubarões (e raias) estão em declínio em todo o mundo.
Equívoco 5
"Todos os tubarões são predadores carnívoros e são um grande perigo para os seres humanos. "
Realidade - Considerando o maior tubarão, o tubarão-baleia, ele se alimenta de plâncton, e o tubarão de Port Jackson (assim como o tubarão lixa) tem dentes modificados como placas de esmagamento para comer invertebrados, é errado generalizar sobre todos os tubarões. A grande maioria dos tubarões são inofensivos para os humanos.
Equívoco 6
"O pequeno número ameaçado e protegido de tubarões mangona (Carcharhias taurus) e grandes tubarões brancos capturados anualmente nas redes de tubarão são realmente um número insignificante e não constituem uma ameaça para a sua sobrevivência."
Realidade - "A população de tubarões mangona é extremamente suscetível à mortalidade por pesca em experimentos de modelagem. Todos os cenários onde a mortalidade por pesca relacionada estava presente, o total da população de tubarões mangona diminuiu." A rede de tubarões é uma rede de pesca de emalhar pelas brânquias e deve ser incluído nessa diretriz. A população de tubarão mangona no leste da Austrália, da qual a grande maioria se encontra em NSW, está em perigo de extinção.
Então o que podemos fazer sobre isso?
Redes de tubarão é um método bárbaro pré-histórico de "proteger nadadores".
Esta prática foi implementada em 1930 e ao longo dos últimos 70 anos não houve nenhuma atualização para se fazer uso de técnicas inofensivas e de dispositivos tecnológicos modernos que já existem para deter tubarões.
O programa da rede de tubarões continua a matar espécies de tubarões vulneráveis e ameaçadas de extinção, e de forma indiscriminada mata outras espécies não-alvo, como as baleias e seus filhotes sobre a migração anual, golfinhos, tartarugas, entre outros animais. Apelos públicos e pressão sobre os departamentos do governo é a única maneira que este processo vai ser alterado.
* Escreva para o seu MP local e expresse as suas preocupações - sugira o teste e julgamento de técnicas modernas de impedimentos de tubarão, como o Shark Shield.
* Assine petições contra redes de tubarão, como última instância, um grande número por trás dessas causas irá gerar uma resposta.
* Eduque seus amigos e familiares sobre o que as redes de tubarões realmente fazem. Aumente a conscientização sobre a questão.
Não há dúvida de que esta é uma questão política - no entanto, a pressão contínua para a reforma desta prática é a nossa única esperança de iniciar a mudança.
O texto foi traduzido e adaptado do site oficial do grupo.
Com licença, sou médico defendo a vida humana e sei que estou no blog errado, pois evidentemente o CEMIT defende os tubarões. Estou com a revista ISTO É atual e vejo uma grande reportagem sobre ATAQUES DE TUBARÃO EM PE afirmando que "este ano serão instaladas as redes contra tubarões do Instituto Praia Segura". Mesma resenha de 8 anos atrás quando o nosso querido Eduardo Campos então ministro de Ciência e Tecnologia do Governo Lula criou o CEMIT, aparece também o mesmo empresário ex-surfista, mesma antiga rede de poliamida de 400 metros que vai "proteger 200m de praia" para um Campeonato de Surf, etc. Eu acompanho e compareço sempre que posso às reuniões públicas e já vi pessoalmente o IBAMA/ICMBio falar que redes contra tubarões não serão instaladas com "nome nenhum", vi a Advocacia Geral do Estado dar parecer contrário por conta da responsabilidade legal do Estado na "área protegida de tubarões" e recentemente 03/DEZ/2012 na Reunião CEMIT/SDS-PE, a profª Lessa (ex-pres. SBEEL) no exercício da presidência do CEMIT afirmou que "jamais autorizará redes ou telas flexíveis, pois podem emalhar os elasmobrânqios e fauna acompanhante"...
ResponderExcluirPor favor, teremos realmente alguma novidade na interface de banhistas e tubarões?
o tubarão não pode sair da água para se esconder na terra. A água é o lugar DELE, respeite. O QUE ACHARIA SE SUA CASA FOSSE DEMOLIDA PARA A CONSTRUÇÃO DE UM SHOPPING CENTER E VC NÃO RECEBESSE UM REAL POR ISSO? É isso que o Dr. sugere que seja feito com os tubarões. placas indicando o risco de ataques já foram implantdas e podem ser vistas por toda a praia. Entra na água quem quer, se assumiu o risco, aguente as conseguencias. A praia de boa-viagem quando a maré está baixa, formam-se piscininhas naturais maravilhosas, contete-se com isso e acredite, não é pouco. VAMOS RESPEITAR A NATUREZA PARA QUE ELA NÃO SE VOLTE CONTRA NÓS. Os ataques já são uma resposta a um desrespeito a natureza. Repetir o erro será burrice.
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